quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Papel de amante: escolha e riscos.

Hoje(22/09), Dia do Amante, o tema traição estará em alta nos papos entre amigos e nas redes sociais. Aquele que aceita o papel de amante geralmente acaba sendo estigmatizado, sob os olhares de julgamento e condenação das pessoas, sobretudo daqueles que já foram traídos. Visto como o vilão, o destruidor de lares, o amante acaba carregando a culpa, seja ela imposta pelos outros ou por si mesmo, de estragar relacionamentos em prol de seu próprio prazer. Cada caso é único e não há como fazer generalizações, porém, uma pergunta sempre fica no ar: o que realmente leva alguém a assumir o papel de amante?

Algumas pessoas conscientemente escolhem se relacionar com alguém que já tenha outro relacionamento estável e até mesmo sua própria família. Alegam que preferem curtir apenas o lado positivo da relação sem ter que viver o que consideram o lado negativo: a convivência, a rotina, as responsabilidades. Apesar de satisfeitas, será que elas realmente estão felizes? Ou isso se tornou uma zona de segurança? Muitas vezes nos conformamos com a felicidade "mais ou menos" para evitar correr os riscos envolvidos que a busca pela felicidade plena implica.

Desequilíbrios internos

O relacionamento com pessoas comprometidas pode demonstrar, por exemplo, um medo de se relacionar, uma dificuldade de se comprometer com o outro (e não o contrário, como poderíamos pensar). Muitas pessoas ansiam por um relacionamento e juram que estão prontas para vivenciar uma relação saudável, mas podems ter memórias negativas de relações antigas ou de parceiros obsessivos e sufocantes. Podem guardar sensações ruins geradas, por exemplo, por terem presenciado o casamento aprisionante de seu pais (ou de outras pessoas muito próximas) e carregam a crença inconsciente de que vínculos afetivos profundos aprisionam e sufocam.

Mecanismos que passam despercebidos de baixa autoestima também podem levar a atrair parceiros já comprometidos como uma forma de autoafirmação. Afinal mesmo tendo um relacionamento o parceiro prefere a outra pessoa. É a (o) amante quem dá prazer e usufrui dos bons momentos com ele, que deixou seu par oficial para poder estar ali.

Escolhas e consequências

Esses são alguns dos muitos questionamentos e aspectos que podem levar alguém a ser o (a) amante. Não há certo ou errado, mas escolhas e consequências. Se queremos viver de bem com nós mesmos é preciso aprender a nos responsabilizar por nossas escolhas - com todos os seus aspectos positivos e negativos. Isso gera um contínuo amadurecimento: aprendemos a lidar com nossas decisões sem fugir das responsabilidades geradas por cada uma delas.

Todas as situações e pessoas em nossas vidas refletem a qualidade de energia que está em nós. Se algo é desarmonioso lá fora, nos gerando sentimentos desagradáveis, alguma energia desequilibrada dentro de nós está envolvida na questão. Cabe a nós aprender a interpretar quais sentimentos e padrões distorcidos essas situações lá fora indicam e sinalizam aqui dentro.

Portanto, antes de cair no julgamento, vale refletir:

  • Se você é ou foi traído: antes de se perguntar por que aquela pessoa quer "roubar" seu parceiro, pergunte a si mesmo quais questões ter levado você a vivenciar tal situação.
  • Se você tem um amante: antes de curtir o relacionamento, se pergunte o que quer de verdade, o que te leva a querer ter dois relacionamento concomitantes.
  • Se você vive o papel de amante: antes de sentir culpa ou lamentar o envolvimento com alguém comprometido, pergunte o que dentro de você está te levando a viver tal situação.


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